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maio 15, 2012 / noadialobao

Entrevista com RAQUEL BENATI, secretária executiva da Fenacelbra e responsável pelo site www.riosemgluten.com

“A DC se manifesta de diversas formas, e a mais comum é a “silenciosa” – sem sintomas aparentes. O diagnóstico depende muito do conhecimento dos profissionais de saúde sobre a doença celíaca e suas diversas manifestações”

Quando e como você descobriu que tinha a doença celíaca?

R: Tive o diagnóstico no final de dezembro de 1994 e iniciei a dieta sem glúten no dia 1 de janeiro de 1995. Mas para chegar a esse diagnóstico, passei por seis endoscopias e uma série de outros exames invasivos, sem que os médicos conseguissem uma resposta para os meus problemas. O endoscopista cansou de me ver em seu consultório durante tantos meses sem apresentar melhoras, e no meio da 6ª endoscopia, telefonou para a minha gastroenterologista e comunicou que iria colher fragmentos do duodeno para pesquisa de doença celíaca. Enviou o material para dois laboratórios diferentes, e no laudo dos dois tivemos a mesma resposta – atrofia total de vilosidades, compatível com DC! Seis meses antes eu já havia conversado com minha gastro sobre essa possibilidade e ela havia descartado. Até hoje sou grata a esse médico pelo seu inconformismo e busca de uma resposta.

Numa entrevista, você disse que foram mais de 20 anos de sintomatologia e pesquisas médicas sem resultados… Isso aconteceu porque os métodos de diagnóstico eram falhos?

R: Isso aconteceu porque os médicos que cuidavam de mim desconheciam a doença celíaca! A endoscopia digestiva alta com biopsia de duodeno começou a ser feita para diagnóstico de DC a partir da década de 60. Temos celíacos que tiveram seu diagnóstico nessa época. A falha sempre foi o desconhecimento, além de informações equivocadas sobre essa doença auto-imune no Brasil. E é assim até hoje. Embora atualmente tenhamos disponíveis os exames de sangue (sorologia), que ajudam no diagnóstico, os profissionais de saúde sabem muito pouco sobre a DC. Mas sabemos que essa realidade se repete em muitos outros países. É um problema mundial. Em 1995, já tínhamos no país uma lei que protegia os celíacos, com a obrigatoriedade de presença, nos rótulos dos alimentos, da inscrição “Contém glúten”, mas ninguém sabia o que exatamente era esse glúten (só os celíacos sabiam)! As informações eram raras, e o consenso era de que só crianças desenvolviam DC – “não era uma doença de adultos”. Era considerada uma doença muito rara.

E que problemas (sintomas) você apresentava antes de saber que tinha a doença e continuar a comer alimentos com glúten?

R: Quando criança, eu tinha muita dor de barriga – sempre corria para a cama e ficava deitada de bruços apertando minha barriga até passar (não contava para meus pais, pois o remédio que me davam era em gotas e com um gosto horroroso – então, preferia esperar passar). Às vezes tinha diarréia sem ter infecção intestinal. Quando adolescente, passei a ter o intestino muito preso e a apresentar anemia. Cresci menos que minha irmã gêmea e o meu peso sempre foi baixo. Tinha muitas aftas, gases e barriga estufada. Com 30 anos, continuava com esse mesmo quadro, com maior perda de peso. As diarréias passaram a ser semanais, e então eu busquei ajuda de uma gastroenterologista. Meu quadro piorou, pois apresentei gastrite, mas continuei sem diagnóstico. A médica levantou a hipótese de Síndrome do Intestino Irritável. Cheguei a pesar 43 quilos (na época media 1,69). Pude continuar trabalhando pela boa vontade das pessoas à minha volta, que entendiam minhas faltas e dificuldades. Depois de 1 ano e meio de tratamento sem obter melhoras significativas, esse endoscopista me “salvou” e me deu o diagnóstico de DC! Com dois meses de dieta sem glúten, recuperei 10 quilos e minha saúde.

Em geral, hoje, médicos e nutricionistas no Brasil estão mais preparados para identificar sinais de doença celíaca nos seus pacientes e dar a orientação mais adequada para se chegar a um diagnóstico?

R: Em geral ainda não. Nas capitais e centros universitários, vemos essa realidade de diagnóstico mais rápido e profissionais de saúde em alerta para a DC, mas no interior do Brasil ainda há muito desconhecimento, falta de patologistas que conheçam bem a DC para dar um laudo mais preciso da biopsia e profissionais que consigam acompanhar o pós-diagnóstico. Mesmo com a publicação do Protocolo de Doença Celíaca no SUS, o número de municípios que hoje estão fazendo os exames de sangue (sorologia) pelo SUS é ínfimo – não chegam a 100 (o Brasil tem mais de 5 mil municípios!).

Qual é o protocolo atual para se pesquisar se uma pessoa apresenta a doença ou não? Deve haver entrosamento entre o médico e o nutricionista para se ter um resultado assertivo?

Hoje o médico irá pedir:
1) Sangue (sorologia)
– dosagem de imunoglobulina A (IgA)
– antitransglutaminase IgA
2) Endoscopia digestiva alta, com biopsia do duodeno (recolher de 4 a 8 fragmentos do bulbo duodenal, em locais diferentes);
E se houver dúvidas, pode ser pedido o exame genético – Pesquisa de HLA (DQ2 / DQ8)

É importante sempre que haja entrosamento entre o trabalho do médico e do nutricionista, para que todas as hipóteses diagnósticas sejam testadas. A DC se manifesta de diversas formas, e a mais comum é a “silenciosa” – sem sintomas aparentes. O diagnóstico depende muito do conhecimento dos profissionais de saúde sobre a doença celíaca e suas diversas manifestações.

Você acha que pode haver muito mais pessoas no Brasil e no mundo que apresentam a doença celíaca sem saber?

R: Pesquisas mostram que para cada seis ou oito celíacos no mundo, só um tem diagnóstico! Aqui no Brasil, não temos pesquisa feita sobre a prevalência da DC na população, mas pela minha experiência, acredito que seja para cada 10 celíacos só um tem diagnóstico!

Qual é a sua opinião sobre modismos como a “Dieta sem Glúten”, indicada para quem deseja emagrecer e que vive reaparecendo na mídia?

R: Hoje existem muitas revistas e publicações que sobrevivem por sempre apresentarem uma novidade no campo do emagrecimento, mesmo que de forma superficial ou leviana. A dieta sem glúten teve um diferencial sobre as outras, pois quem começou a indicar eram profissionais de saúde da linha ortomolecular ou da linha funcional, que já estavam preocupados com a sensibilidade ao glúten. Como alguns desses pacientes eram celebridades, a dieta acabou chegando à mídia, que transformou um procedimento de consultório em banalidade de revista. Mas eu só vejo coisas positivas – foi um dos fatores que fez aumentar o número de ofertas de produtos sem glúten nas capitais do sudeste e que ajudou a circular mais informação sobre o glúten e a doença celíaca.

Além dos celíacos, há os não celíacos que apresentam algum tipo de problema ou sensibilidade à ingestão de glúten, e parece que, neste caso, a prevalência é bem maior. Você acha que também pode haver um número grande de pessoas com alergia ao glúten que desconhecem apresentar o problema?

R: O Dr. Alesio Fasano já disse que as pesquisas sobre sensibilidade ao glúten estão hoje no mesmo patamar onde as pesquisas de Doença celíaca estavam há 30 anos. Então, se já é difícil encontrar profissionais de saúde que conheçam bem a DC, imagine encontrar profissionais no Brasil que saibam o que é a sensibilidade ao glúten. Com exceção dos nutricionistas funcionais, os biomédicos e os médicos ortomoleculares, são raros os profissionais de saúde que já tenham ouvido falar sobre isso (os intolerantes ao glúten não-celíacos!). E a população também desconhece que possa haver reações negativas ao glúten. Hoje somos o país do pão francês, da pizza italiana, do macarrão instantâneo japonês, do hamburguer americano. Nossa culinária tradicional (vinda da mandioca e do milho, naturalmente sem glúten) perdeu espaço para o trigo e o glúten, e isso só faz aumentar o número de pessoas com sensibilidade a essa proteína. Com certeza, a quantidade de pessoas sensíveis ao glúten é alta, mas a grande maioria não sabe nada sobre isso. É preciso que haja mais divulgação para que haja maior conscientização.

maio 15, 2012 / noadialobao

Doença celíaca sem diagnóstico pode estar na origem de muitos casos de infertilidade masculina e feminina

Doença celíaca sem diagnóstico pode estar na origem de muitos casos de infertilidade masculina e feminina
Já comprovada cientificamente, a relação entre infertilidade, tanto masculina quanto feminina, e doença celíaca (reação autoimune ao glúten) será o tema de uma palestra da Dra. Maria Elizabeth Ayoub no dia 26 de maio de 2012, durante o Congresso Internacional de Nutrição Especializada & Expo Sem Glúten, que acontecerá no Centro de Convenções Bolsa Rio, no Rio de Janeiro. 

Segundo a Dra. Ayoub, embora haja diversos trabalhos mostrando a relação entre infertilidade e consumo de glúten em pessoas com autoimunidade ou intolerância ao glúten, o problema ainda é ignorado pela grande maioria dos profissionais de saúde no Brasil, e se torna mais preocupante quando se considera que há um percentual expressivo de pessoas com doença celíaca sem um diagnóstico correto, ou seja, sem saber que apresentam a doença.

Gravidez com a retirada do glúten – A própria médica – especialista em Ginecologia, Obstetrícia, Nutrologia e Terapia Biomolecular – teve alguns pacientes que engravidaram ao retirar o glúten da dieta. “Foi isso que me chamou a atenção, e comecei a estudar o tema. Se uma mulher tem abortos repetidos ou é incapaz de conceber, deve-se considerar, na sua triagem, a doença celíaca, pelo teste de anticorpos”, aconselha.

De acordo com a especialista, a doença celíaca está altamente associada às infertilidades masculina e feminina devido, possivelmente, a seus múltiplos efeitos na nutrição, nos fatores de imunidade e nos hormônios. “Os mecanismos não são totalmente claros ainda, mas a infertilidade nestes casos é alta e normalmente reversível com o controle rígido da dieta”, continua.

O que se sabe hoje é que a doença celíaca provoca má absorção de nutrientes importantes para o sistema reprodutor, como ferro, ácido fólico, vitamina K e vitaminas lipossolúveis. Na mulher, além de infertilidade, ela pode levar a atraso puberal, amenorréia, abortos espontâneos, baixo peso ao nascer, redução na duração da lactação, presença de aftas freqüentes e dolorosas, e menopausa precoce. No homem, os problemas podem incluir espermatozóides anormais (forma alterada e número reduzido) e níveis mais baixos de testosterona.

Sobre a doença celíaca – Trata-se de uma afecção inflamatória crônica, caracterizada por permanente intolerância ao glúten contido no trigo e em cereais afins. O glúten representa 80% das proteínas do trigo e é composto de gliadina e glutenina.

A doença celíaca é causada pela ativação da resposta imune celular (células-T) e humoral (células-B) em resposta à exposição ao glúten em pessoa geneticamente susceptível. Apesar de ser frequentemente chamada de alergia ao glúten, a doença celíaca não é causada por processo alérgico, mas autoimune.

março 26, 2012 / noadialobao

Na revista Boa Forma

março 26, 2012 / noadialobao

Rio sedia em maio Congresso Internacional sobre doenças causadas pela ingestão de glúten

Pesquisas realizadas nos últimos anos mostram que problemas causados pela ingestão de gluten vão bem além da doença celíaca, que atinge cerca de 1% da população mundial. Estima-se que 7% da população apresente alergia ou sensibilidade ao glúten, o que pode ser manifestado por uma série de doenças na maioria das vezes diagnostidas e tratadas de maneira errada pelos médicos.

Divulgar os problemas causados pela ingestão de glúten não só em celíacos, mas também em quem apresenta alergia ou sensibilidade a essa proteína encontrada no trigo, centeio, cevada, aveia e malte; e mostrar como a nutrição funcional pode atuar nos três casos. Estes são os principais objetivos do Congresso Internacional de Nutrição Especializada & Expo Sem Glúten, que acontecerá no Rio de Janeiro, nos dias 25 e 26 de maio. O evento terá a participação do Dr. Alessio Fasano, da Universidade de Maryland, EUA, o qual se notabilizou na comunidade científica internacional por conta de suas pesquisas e descobertas relacionadas à intolerância, alergia e sensibilidade ao glúten. Pela primeira vez no país, Fasano apresentará pesquisas que mostram como a sensibilidade ao glúten pode estar relacionada a uma série de sintomas e doenças, fato ainda ignorado por grande parte dos médicos em todo o mundo.

Além do congresso, onde serão discutidas e apresentadas as bases científicas e inovações no tratamento da doença celíaca, da alergia alimentar e da sensibilidade ao glúten, o evento também abrigará workshops e exposições de produtos sem glúten. Nos workshops, serão realizadas oficinas que ensinarão, de maneira prática, o planejamento e a elaboração de pratos funcionais, não alergênicos e sem glúten. Realizado pelo CBAN – Centro Brasileiro de Apoio Nutricional, Fenacelbra – Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil e Acelbra-RJ, o evento abordará diversos aspectos da doença celíaca e das alergias alimentares que são do interesse de nutricionistas, médicos e de outros profissionais e estudantes da área de saúde, além de empresários, administradores e culinaristas dos ramos de hotelaria, restaurantes, lanchonetes, panificadoras e afins. – Sabemos hoje que cerca de 1% da população mundial apresenta a doença celíaca e que aproximadamente 7% apresenta alguma forma de reação a essa proteína. No Brasil, estima-se que haja 15 milhões de pessoas com problemas de sensibilidade ao glúten sem um diagnóstico correto, o que pode afetar por décadas a saúde e a qualidade de vida delas. A maioria dos profissionais de saúde ainda ignora a relação entre o consumo de glúten e uma série de sintomas como obesidade, prostração, depressão, queda de cabelo, vitiligo, hipertensão e dor de cabeça. O Congresso foi idealizado nesse contexto, onde, de um lado, pesquisadores e associações de celíacos avançam cada vez mais no conhecimento sobre alergias e sensibilidades a alimentos, e de outro, boa parte da sociedade, incluindo profissionais de saúde, ainda demonstra desconhecimento sobre essas questões. Por meio de palestras de notáveis pesquisadores, de workshops e exposições de produtos, pretendemos ampliar na sociedade o conhecimento acerca da intolerância permanente ou da sensibilidade ao glúten – diz a Dra. Noadia Lobão, nutricionista funcional e diretora do CBAN.

Serviço: Congresso Internacional de Nutrição Especializada & Expo Sem Glúten
25 e 26 de maio de 2012 CENTRO DE CONVENÇÕES BOLSA DO RIO
End.: Praça XV de Novembro, 20/Térreo – Centro – Rio de Janeiro, RJ
Programa e informações em geral: http://www.exposemgluten.com.br

Informações para a imprensa:

Leonardo Pessanha – C3 Comunicação

21 2551 7999 ou 21 7941 2929

leonardo@c3comunicacao.com


janeiro 20, 2012 / noadialobao

Na revista Pense Leve

janeiro 19, 2012 / noadialobao

Sensibilidade ao glúten atinge um número de pessoas sete vezes maior do que a doença celíaca


Problemas de saúde relacionados ao consumo de alimentos com trigo, aveia, cevada e centeio não são sinônimo de doença celíaca – patologia autoimune que afeta o intestino delgado de adultos e crianças geneticamente predispostos e que é precipitada pela ingestão de alimentos com glúten. Há milhões de pessoas no Brasil e em todo mundo que, apesar de não terem diagnóstico de doença celíaca, apresentam alergia (ou sensibilidade) ao glúten sem saber. Estimativas apontam que a sensibilidade ao glúten afeta um número de pessoas entre seis e sete vezes maior do que a doença celíaca, cuja prevalência é de cerca de 1% da população.

O caso da carioca Solange Lins, 54 anos, é um exemplo de como a sensibilidade não diagnosticada ao glúten pode afetar a vida de uma pessoa por décadas. Cheia de problemas de saúde desde criança, ela procurou em 2010 a nutricionista funcional Noadia Lobão, depois de assistir uma palestra dela sobre problemas relacionados ao glúten. Na primeira consulta, ela contou que havia entrado na menopausa bruscamente, estava engordando, tomando antidepressivo e ainda assim se sentia muito prostrada. Também relatou problemas de vitiligo, tireóide, queda de cabelo, hipoglicemia, hipertensão e dor de cabeça.

A nutricionista desconfiou logo de que poderia haver relação entre os problemas relatados e o consumo de glúten. Assim, ela pediu que a paciente procurasse um médico de sua confiança para que este diagnosticasse se as causas de seus sintomas era a doença celíaca. O médico solicitou os exames exames, mas estes não acusaram a doença.

Como a paciente continuava a apresentar uma série de sintomas, principalmente cansaço, dor de cabeça, hipoglicemia reativa, problemas circulatórios e gastrointestinais, a Dra. Noadia, com o aval do médico, passou uma dieta sem glúten para Solange, e em menos de uma semana ela sentiu uma melhora de todos os problemas que há anos a incomodavam. Em um e-mail enviado para a nutricionista, ela diz: “substitui os alimentos e estou me sentindo muito bem, como não me sinto há não sei quanto tempo. Troquei, por exemplo, o pão pelo biju, pela mandioca; etc. Não estou sentindo falta de nenhum alimento”.

Alguns meses depois a nutricionista pediu que Solange voltasse a comer alimentos com glúten para que ela fizesse o exame genético de doença celíaca. Solange seguiu a orientação da Dra. Noadia, que desejava, juntamente com o médico, descartar de vez a possibilidade de ela ter a doença. Porém, dois dias depois de voltar a consumir glúten, a paciente começou a se sentir muito mal, como se sentia antes da dieta de restrição alimentar. Em e-mail enviado para a nutricionista, ela diz que acha que não vai aguentar esperar o exame. Solange pediu, então, a opinião do seu medico, que a aconselhou a suspender imediatamente o consumo de glúten. Desde então, tratada pela nutricionista functional e pelo médico homeopata, sem comer mais nada que contenha glúten, ela vem se sentindo bem melhor.

Abaixo, entrevista com Solange Lins:

Que problemas de saúde você apresentava antes de começar a excluir o glúten e perceber melhoras?

R: Tenho 54 anos e desde a adolescência venho sofrendo e buscando tratamento para uma série de doenças autoimunes como: constipação intestinal, diarreia, vitiligo, hipertireoidismo, alopecia, hipoglicemia, cistos, anemia, depressão, insônia, desânimo, entre outros.

Antes da orientação recebida no sentido de excluir o glúten, você tinha o hábito de incorporá-lo à alimentação diária?

R: Sim. O glúten sempre esteve presente na maioria das minhas refeições.

Ao longo de sua vida, desde a sua infância, o que os médicos falavam a respeito dos problemas que você apresentava? Nenhum deles chegou a suspeitar de sensibilidade ao glúten?

R: Eles sempre tratavam as doenças de forma isolada e nenhum suspeitou da sensibilidade ao glúten.

O que a levou a procurar uma nutricionista funcional? Foi por meio dela que você soube que o seu problema podia estar relacionado à ingestão de glúten?

R: Fui à Dra. Noadia Lobão depois de assistir uma de suas palestras, onde  ela falou de coisas que eu sentia e não conseguia melhorar com medicamentos. E foi por meio dela que descobri a relação dos meus problemas com o glúten. Com a maioria dos médicos nem toquei no assunto, pois os conhecia e sabia que não concordavam nem com a ingestão de suplementos receitados por nutricionista. Só falei com meu homeopata, que concordou com o diagnóstico e me apoiou.

Como foi a sua reação à dieta sem glúten?

R: Iniciei imediatamente o tratamento, pois precisava fazer algo para melhorar, não aguentava mais viver doente. Deixei de comer coisas que não vivia sem, como: bolos, pães, biscoitos, entre outros. Mas estava feliz por ter a esperança da melhora.

E hoje, como você está se alimentando? E como tem se sentido?

R: Hoje não como nada que contenha glúten, faço sempre substituições. Me sinto ótima, a indisposição que me acompanhava acabou, e a nutrição funcional passou a fazer parte da minha vida.

janeiro 5, 2012 / noadialobao

Ano Novo sem barriga, risco menor de doença cardíaca

Ano novo, vida nova… Pelo menos este é o sonho de muita gente que, na virada do ano, prepara uma lista especial de desejos ou metas que devem ser realizados ao longo dos próximos 365 dias… Um dos desejos mais comuns nestas listas é emagrecer e, mais especificamente, se livrar da barriguinha (ou barrigão), velho problema conhecido por médicos e nutricionistas como “acúmulo de gordura abdominal ou visceral”.

Se realizado, o desejo de perder ou pelo menos diminuir a barriga pode fazer uma grande diferença não só no aspecto físico e na auto-estima da pessoa, mas, principalmente, na sua saúde. Isso porque, como já é sabido, a gordura visceral é mais nociva que as demais gorduras existentes em outras partes do corpo. A ela são associados aumento do risco de doenças cardíacas e diabetes; elevação dos níveis de colesterol ruim (LDL) e de colesterol total; além de prejuízos à capacidade de processamento do fígado.

A gordura visceral só pode ser reduzida com uma mudança radical no estilo de vida que a originou. Quem tem como meta de ano novo combater esse problema, deve acrescentar três dicas específicas à fórmula reeducação alimentar + prática regular de atividades físicas. Vamos a elas:

Dica 1

Substitua os alimentos refinados constantes em sua dieta por grãos integrais.

Um estudo da Universidade Penn State, publicado no ”The American Journal of Clinical Nutrition”, comparou uma dieta rica em grãos integrais com uma dieta rica em carboidratos processados com o objetivo de observar os efeitos que estas dietas teriam sobre a ”síndrome metabólica. A síndrome é um conjunto de condições relacionadas ao aumento de doença cardíaca, e um dos seus fatores é a gordura abdominal. Todos os participantes foram submetidos a uma dieta de baixa caloria, mas os participantes do grupo que consumiram grãos integrais apresentaram maior diminuição da gordura visceral.

Dica 2

Coma alimentos ricos em gorduras monoinsaturadas.

A adoção de uma dieta do tipo mediterrânico, onde gorduras monoinsaturadas constituem a maior parte do consumo de gordura, pode reduzir o acúmulo de gordura na região abdominal.

Boas fontes de gorduras monoinsaturadas são: azeite, óleo de canola, nozes, sementes, abacate e peixes  ricos em ômega 3.

Dica 3

Faça musculação ou pilates.

Fazer exercícios de treinamento de força sob a supervisão de um profissional habilitado ativa o metabolismo e acelera a queima de calorias, pois o aumento da massa muscular origina maior gasto de energia, mesmo quando o corpo está em repouso.

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, publicado no “Journal of the American College of Nutrition”, concluiu que treinamento de força realizado durante uma hora, duas vezes por semana, leva a uma maior perda de gordura visceral em comparação a execução isolada de treinamentos anaeróbicos executados por mulheres pré-menopáusicas.

novembro 4, 2011 / noadialobao

Mitos que cercam os sucos de frutas e suas propriedades nutricionais

Nos dias mais quentes, comuns entre os meses de novembro e março, cresce o consumo de sucos de frutas. Além de refrescar o calor e matar a sede, os sucos naturais são fontes de energia, vitaminas e diversos outros nutrientes essenciais à saúde. Mas, na cabeça de muita gente, ainda prevalecem alguns mitos relacionados às frutas, aos sucos feitos com ela e também às suas propriedades nutricionais. Vejamos alguns deles:

. O suco de laranja perde suas propriedades nutricionais se não for consumido logo… Isso não é verdade. Pesquisas mostram que, se consumido entre três e quatro horas depois de preparado, ele pode perder no máximo 6% dos seus nutrientes, e de um dia para o outro, em torno de 30%.

. E por falar em suco de laranja, sinônimo de vitamina C… Epa! Não é bem assim. Na classificação das frutas campeãs em vitamina C, a laranja aparece em 5o lugar, atrás da acerola, caju, manga e goiaba. A acerola tem 40 vezes mais vitamina C do que a laranja. Veja a concentração da vitamina nas cinco frutas: acerola (1.500 mg); caju (200 mg); manga (84 mg); goiaba (67 mg) e laranja (40 mg). Pessoas saudáveis necessitam, em média, de 60 miligramas de vitamina C por dia. Já em pessoas que estejam sofrendo de estresse ou que sejam fumantes, a necessidade aumenta. Para quem se preocupa também com as calorias: um copo de suco de laranja (feito com quatro laranjas) tem em torno de 184 calorias, ao passo que uma única goiaba tem a mesma  quantidade de vitamina C e apresenta 43 calorias.

. Outra coisa que se escuta muito por aí: sucos feitos com a polpa da fruta não são tão saudáveis… Há controvérsias. Algumas pesquisas mostram que a concentração de vitaminas encontrada em polpas foi a mesma ou até maior do que a da fruta natural. Ainda não há trabalhos conclusivos sobre uma variedade significativa de frutas. Não devemos ter preconceitos contra o suco feito com a polpa das frutas, em geral congelada, mas, na dúvida, devemos priorizar o suco preparado na hora com a própria fruta.

E qual suco deveria se tornar o preferido para o Verão 2012? Se tiver que eleger um único suco, escolheria o de goiaba, uma das mais completas e equilibradas frutas. Ela é rica em proteínas, fibras, açúcares totais, cálcio, fósforo e potássio, além da vitaminas A e C. E a goiaba vermelha, muito comum em nosso país, também é rica em licopeno, um poderoso antioxidante que ajuda a manter a juventude das células por mais tempo e previne vários tipos de câncer e de doenças degenerativas. O suco de goiaba também é excelente para quem deseja emagrecer ou manter a forma no verão, porque é pouco calórico e sacia bastante.

novembro 1, 2011 / noadialobao

No jornal O Fluminense

Todos em busca de um corpo saudável e sarado para o verão

Reeducação alimentar e ginástica são opções para quem deseja estar em plena forma neste verão. Anvisa retirou do mercado os remédios para emagrecer à base de anfetaminas

 

Ainda estamos em outubro, mas é agora que aqueles que ganharam uns quilinhos a mais no outono e no inverno começam a correr atrás do corpo perfeito para desfilar no verão. No início do mês a Anvisa retirou do mercado os remédios para emagrecer à base de anfetaminas. A decisão foi motivada por estudos que colocaram em dúvida a eficácia destes medicamentos e os riscos para a saúde dos pacientes. Para muitos, restou a corrida às academias. Mas a pressa na busca pela perfeição não deve ultrapassar os limites do corpo.

O médico nutrólogo (especialista em tratamento de doenças do comportamento alimentar) Alexandre Merheb, alerta que as pessoas devem ter em mente que o corpo humano possui um mecanismo defensivo contra crises, para garantir a saúde.

“A perda de peso baseada em sacrifícios é ilusória. O emagrecimento à base de remédios ou excesso de exercícios pode causar um colapso na glândula tireoide, o que faz com que o metabolismo do indivíduo desacelere. Dessa forma, ele perde peso rápido, mas, ao voltar à vida e à alimentação normal, engorda na mesma velocidade”, explica.

Segundo o médico, o mais importante é a reeducação alimentar, que deve ser feita em tempo hábil para que o resultado seja o esperado a tempo do verão. O ideal é que essa reeducação comece entre os meses de maio e junho.

Noadia Lobão, especialista em nutrição clínica funcional, lembra que nessa hora os exercícios são grandes aliados da perda de peso e da saúde.

“Acredito que os exercícios físicos aumentem a adesão à dieta, pois estimulam o indivíduo a persistir após perceber os primeiros resultados, além de ajudar no bem estar e na saciedade. O conjunto de exercícios mais dieta específica pode ajudar, pois muitos iniciam uma perda de peso e depois de um tempo começam a ficar desestimulados. É importante ressaltar que a ajuda de um especialista é muito necessária, já que a maior parte das pessoas acredita que a caloria é a vilã em uma dieta, quando na verdade o problema é apenas o excesso delas. A caloria em si é muito necessária, e sem ela no corpo até a perda de peso fica comprometida”, analisa a nutricionista.

Bruno Pereira, coordenador de atividades coletivas em uma rede de academias de ginástica, revela que nesta época do ano o movimento cresce 30%. A busca maior é por atividades que proporcionem alto gasto calórico.

“Realmente o movimento aumenta demais nessa época do ano. A maior procura é por aulas como as de running class, body jump e ciclismo indoor, que queimam muitas calorias. Neste ano estamos com algumas novidades para os novos alunos, como as atividades de MMA, que envolvem movimentos de artes marciais e grande gasto calórico, e o stand up, que é o surfe praticado em pé e com o uso de remos, que está começando a se difundir no Brasil.

A relações públicas Mariana Marques, de 29 anos, confessa que já fez muitos esforços para emagrecer. Segundo ela, a busca pelo corpo perfeito sempre foi por vaidade. Mas hoje, perto dos 30 anos, começa a se preocupar também com a saúde e a qualidade de vida. Ela quer estar em forma, mas também deixar o organismo saudável, pronto para, quem sabe, uma futura maternidade.

“Já fiz quase de tudo para emagrecer, mesmo sabendo dos riscos que corria. Sempre fui adepta das soluções rápidas. Dietas que prometem perdas de seis quilos em uma semana, dieta da sopa, da proteína. Fórmulas de endocrinologistas e de médicos ortomoleculares, além de substâncias da moda, como chá verde e chá branco. Tenho consciência que faço tudo ao contrário, pois somente quando perco o peso desejado é que procuro voltar a fazer exercícios. Quando o verão se aproxima me sinto intimada a perder peso, afinal, ninguém quer ser a pior da praia ou da piscina. Não tenho medo de tomar remédios ou fazer dietas porque sempre funcionam. Mas volto a engordar porque não mudo meus hábitos alimentares”, assume.

Proibição

No início de outubro, a Anvisa retirou do mercado os remédios para emagrecer à base de anfetaminas. Os remédios, que eram vendidos há mais de 30 anos no país, passaram a ter sua comercialização e fabricação proibidas. A sibutramina, uma outra substância muita usada em dietas, passou a ter sua prescrição mais controlada. Tanto a anfetamina, quanto a sibutramina agem no sistema nervoso central, que controla a sensação de apetite e saciedade.

As anfetaminas atuam especificamente no centro da fome e são inibidores de apetite, mas com potencial estimulante, enquanto a sibutramina aumenta a sensação de ansiedade, fazendo com que o usuário coma menos que o habitual. As anfetaminas ainda podem causar dependência aos usuários. Já a sibutramina só representa riscos aos pacientes cardíacos e hipertensos.
 

Fonte:

O FLUMINENSE

 

novembro 1, 2011 / noadialobao

No portal Terra

Goiaba é diferente de goiabada

Alimento é mais rico em vitamina C do que a laranja e é bem saudável

Não se deixe levar pela má impressão que a goiabada – por ser rica em açúcar – costuma causar naquelas pessoas que desejam seguir uma dieta mais equilibrada. Com a goiaba in natura é diferente. A fruta possui diversos benefícios que o tradicional doce não tem, sendo uma boa opção na sobremesa ou até cortada em pedaços pequenos para dar um gostinho especial à salada.

Conforme explica a nutricionista Noadia Lobão, do Rio de Janeiro, a goiaba apresenta em sua composição uma fibra chamada pectina, também presente na pera e na maçã, por exemplo. Quando essa substância chega ao estômago, ela forma uma espécie de gel, ocupando espaço no órgão, o que antecipa a sensação de saciedade e ajuda a evitar que a pessoa coma demais. “A pectina ainda auxilia na redução dos níveis de colesterol e glicose”, diz Noadia.

Outro benefício da fruta é que, embora a laranja leve a fama, a goiaba contém, segundo a nutricionista, sete vezes mais vitamina C. Assim, trata-se de um ótimo aliado no fortalecimento do sistema imunológico e na manutenção, inclusive, da saúde da pele.  Aliás, a casca da goiaba é mais rica em vitamina C do que a polpa, de modo que vale a pena você consumi-la inteira, sem descascar o alimento. O importante, no entanto, é lavar bem a fruta para tirar possíveis impurezas.

Noadia destaca ainda que a crença popular de que as sementes da goiaba podem causar apendicite ou piorar os sintomas da diverticulite não têm comprovação científica. Em todo caso, se você observar que a ingestão do alimento causa algum tipo de desconforto, o melhor a fazer é conversar com um especialista.

Além de nutritiva e muito saborosa, a goiaba pode ser consumida de diversas maneiras.

Confira uma receita fácil de fazer e aproveite:
Ingredientes
3 unidades de tomates (picados e sem sementes)
3 unidades de chuchu médio (cozidos)
2 unidades de goiaba
1 copo de iogurte
1 colher de sobremesa de azeite
Salsa (picada) a gosto
Sal a gosto
Modo de Preparo
Corte o chuchu em cubos pequenos e cozinhe na água e sal e reserve. Misture o chuchu cozido, o tomate e a salsa; tempere com azeite.
Bata a goiaba com o iogurte no liquidificador e peneire. Coloque sobre a salada, misture e verifique o sal. Sirva em seguida.
Fonte: Blog Receitáculo

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